sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O quadro


Tóquio, capital do Japão. Era lá onde estavam os três irmãos: Michelle, Alice e Luca. Bem, obviamente não estavam sozinhos, Cecília e Nicolas, os pais, também estavam lá. Os cinco eram turistas que vieram de Brasília e não sabiam falar japonês. 


Eles estavam hospedados num hotel chamado “Hõmu” e pegaram um panfleto de guia.

Eles decidiram ir ao museu no dia seguinte.

Foram ao Museu e todos ficaram maravilhados com a fachada.

Eles entraram e foram vendo obra por obra. Enquanto seus pais continuaram andando, as crianças se fixaram num quadro de “Song Di” e começaram a criticá-lo. Quando menos esperavam, o quadro começou a balançar, as crianças tocaram na moldura para que ele parasse de balançar e foram puxadas para dentro do quadro. 

Estava totalmente escuro, de repente, escutaram uma voz rouca, porém conhecida, que berrava “O que disseram sobre o meu quadro? Respondam! Posso estar morto, mas minha alma ainda está viva! E não gosto quando crianças idiotas não sabem apreciar uma boa obra!”

As crianças entraram em choque. Não sabiam o que dizer, nem onde estavam e menos ainda de quem era a voz que berrava a eles tão rudemente.

Subitamente, uma luz apareceu apontando-lhes para os olhos. Era a lanterna de seus pais, tentando ler a plaquinha minúscula do quadro, que mal notaram que seus filhos estavam dentro dele. Elas tentavam se mexer para chamar atenção mas não conseguiam, pois toda vez que alguém passava por perto, eles se paralisavam.

Seus pais saíram e então conseguiram se mexer. Eles gritaram para a voz que os assombrava perguntando quem era, até que Luca entendeu a situação, era o pintor do quadro, “Song Di”. 

Michelle berrou para a voz “O que você quer de nós? Estávamos apenas no museu. Onde estão nossos pais?”. E a voz respondeu “Pouco me importa onde estão seus pais. Estou cansado de crianças fúteis que acham que podem criticar todo quadro bom que vêem! Prendi vocês aqui, para aprenderem a apreciar um bom quadro, e se não conseguirem ficarão presos aqui o resto de suas vidas! Como aqueles três irmãos ali!” A voz acendeu uma luz em cima de três irmãos que estavam paralisados. “MUAHAHAHA!”.

A voz dizia “Agora, vamos ver se vocês são espertos. A cada resposta errada suas chances de sair do quadro diminuirão, vocês tem três chances. Então tratem de responder direito se quiserem sair daqui!”

A primeira pergunta foi: “Quem é o melhor pintor chinês?” As crianças disseram “Você é chinês? Jura?”

“Perderam um ponto” dizia Song Di. “Estou cansado, apenas crianças fúteis... Respondam a pergunta, quem é/foi o melhor pintor chinês?” “Com certeza não foi você...” Respondeu Luca. Michelle lhe deu uma cotovelada. “Perderam mais um ponto, ESTÃO ME IRRITANDO! Restou apenas 1 ponto, então mudarei a pergunta, iremos fazer um jogo.”

As crianças se perguntavam por que estava tudo tão escuro, se estavam num quadro? O mundo lá fora, como estava? E seu pais então? Onde estavam? Todos queriam gritar, mas não conseguiam, tentavam...

“Mas que jogo seria este?” “Um jogo. Igual a xadrez, sabe? Um bom quadro, tem de estar retratado algo muito bom, certo? Lembrem-se que criticaram rudemente este lindo quadro, agora respondam as 2 perguntas: Do que xingaram meu quadro? E como eu poderia mudar. Há apenas 1 resposta certa, vocês podem seguir 2 caminhos: o primeiro é andar com a sua peça para o caminho livre e safar-se, o segundo é andar para a frente da peça que irá lhe tirar da jogada. Escolham!” 

“Xingamos seu quadro de ruim e feio. Na verdade, não gosto de pinturas chinesas e japonesas. Nós não conseguimos observar algo ótimo no quadro.” “Ótimo! Segunda pergunta...” “Você? Você precisa mudar tudo em seu quadro!” dizia Luca “RESPOSTA ERRADA, vocês deveriam responder: Não deveria mudar nada, seu quadro é lindo! Agora ficarão retratados nessa obra e não sairão nunca mais.

As crianças ficaram muito preocupadas, aliás ficariam presas em um quadro para sempre. Até que seus pais passaram e finalmente os viram.

Os pais ficaram pensando se eram mesmo seus filhos, afinal de contas eles haviam sumido, mas depois de um tempo a mãe desesperada pôs a mão no quadro, com a esperança de resgatar seus filhos e também foi puxada. O pai entrou em choque e começou a gritar: “Tirem meus filhos e a minha esposa desse quadro! Eles foram puxados para dentro! Socorro!” Todos acharam que ele estava louco e ninguém acreditou. Até que o guarda do museu entrou desesperado com a gritaria. Tentou acalmar o moço que se debatia, então chamou a policia, que o levou para o sanatório. E ele nunca mais viu sua família. 


E ainda hoje, a família Yoshiro está retratada no quadro de Song Di.


(por Nicole Roman e Beatriz Kaori)

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Uau! Que maravilha. Dá arrepios.
    Fizeram um bom trabalho.
    (Temos de rever uma palavrinha, um verbo muito curioso por sinal).
    Louise.

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